"Foi um incêndio criminoso" comenta pescador




Para Jairo Daniel, pescador e militante da ONG Atelier Saladero, periodicamente caçadores costumam atear fogo na Ilha Brasileira e por diversas vezes ele já alertou às autoridades. Em razão do sinistro que vitimou a flora e a fauna da maior ilha da região, a ONG lançou a campanha S.O.S Ilha Brasileira, solicitando às entidades preocupadas com o Meio Ambiente ao redor do mundo, auxílio para reflorestar com mudas de plantas nativas os 90 hectares da área afetada.

 

 

A flora e a fauna da ilha foi tristemente dizimada pelo sinistro ambiental. O lugar tem sido um refúgio para diversas espécies animais. Também foi considerado um viveiro de árvores e plantas que não existem mais no continente em razão das lavouras estensivas que, durante décadas, exercem uma ação destruiva sobre as matas nativas.

 


A RBS TV de Uruguaiana, acompanhou as diversas fases desse reflorestamento que levou a documentar a presença das organizações uruguaias e argentinas interessadas em colaborar com a preservação do local que consideram, do ponto de vista ambiental, como "o coração da Tríplice Fronteira".

 

Almoço coletivo na Ilha Brasileira



A ONG Atelier Saladero criou uma logistica que permitiu aos voluntários uma dedicação inteira ao plantio. As embarcações destinadas à tavessia do rio Uruguai chegavam à costa brasileira pelas 9 horas da manhã. Às 10 horas da manhã todos os estudantes estavam na ilha empenhados na tarefa de reflorestas as áreas demarcadas. Enquanto isso, outra equipe de voluntários preparava um delicioso almoço feito a fogo de chão.

 


Um roteiro turistico e ambiental durante o plantio - O voluntário que participa do reflorestamento da Ilha Brasileira tem também a agradável experiência de fazer uma expedição ambiental pelo Rio Quaraí, Uruguai e conhecer os parques e marcos que limitam nossa fronteira internacional.

 

 

Recomendações de como realizar as trilhas pela Ilha Brasileira




A ONG Atelier Saladero elaborou um roteiro para tornar mais interessante as atividades de plantio e também para as pessoas conhecerem o potencial ambiental da região. Algumas recomendações foram escritas sobre como se vestir, o que levar e como se comportar.

 

Recomendações sobre um roteiro pela Ilha Brasileira

 

Espécies de árvores frutíferas silvestres indicadas para o reflorestamento da Ilha Brasileira


 

Árvores frutíferas: alimento para a fauna e também atraem os pássaros


Psidium cattleyanum
Araça
Annona sylvatica
Araticum
Schinus terebinthifolius
Aroeira Vermelha
Garcinia gardneriana
Bacupari
Butia sp
Butiá
Myrciaria tenella
Cambuí
Eugenia involucrata
Cerejeira Silvestre
Casearia sylvestris
Chá de Bugre
Allophilus edulis
Chal-Chal
Acca sellowiana
Goiaba Serrana
Eugenia brasiliensis
Grumixama
Myrcianthes pungens
Guabiju
Campomanesia xanthocarpa
Guabirova
Inga vera
Ingá Banana
Plinia peruviana
Jaboticaba
Syagrus romanzoffiana
Jerivá
Vasconcellea quercifolia
Mamoeiro do Mato
Ruprechtia laxiflora
Marmeleiro do Mato
Eugenia myrcianthes
Pêssego do Mato
Eugenia uniflora
Pitanga
Campomanesia guazumifolia
Sete Capotes
Celtis ehrenbergiana
Taleira
Vitex megapotamica
Tarumã
Phytolacca dioica
Umbu
Eugenia pyriformis
Uvaia

Franco Jonas S. da Rosa

Biólogo

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  • O marco da Ilha Brasileira


  • A moradia do Seu Zeca
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    Incêndio na Ilha Brasileira, Santuário Ecológico da Tríplice Fronteira


    Desastre ecológico - No dia 7 de agosto de 2009 um incêndio de grandes proporções destruiu 40% da vegetação nativa da Ilha Brasileira que mede ao todo 7 por 2 km. Havia apenas um morador na ilha, que não estava no momento do incêndio nem teve a casa queimada. A ilha tem flora e fauna de importância para a conservação.

     

    S.O.S Ilha Brasileira - O incêndio causou preocupação nos ambientalistas que integram o Movimento Transfronteiriço de ONGs, constituído por organizações não-governamentais do Brasil, Uruguai e Argentina. Tais entidades consideram o local como um dos santuários ecológicos da Tríplice Fronteira, pois a ilha situa-se no encontro das águas dos rios Uruguai, Quaraí e Merinhãy.


    Reflorestamento da Ilha Brasileira: ONG recebe 10 mil mudas de árvores nativas do governo do Estado


    Para compensar os estragos ambientais do incêndio, a ONG Atelier Saladero solicitou ao governo do Estado do Rio Grande do Sul a doação de mudas de árvores nativas, comprometendo-se em realizar o plantio na área atingida.



    "Aos dezessete dias do mês de junho de dois mil e dez, na Sede do Ministério Público Estadual, localizado na Rua General Hipólito, 3448, em Uruguaiana, reuniram-se os técnicos do DEFAP, Lorena P. Bratta, Marcos Almeida Braga, Lúcia B. Dilélio, Rodrigo Beheregaray e representantes da ONG Atelier Saladero, o Presidente Argemiro Rocha, o Secretário João André Carvalho, Sr. Nelson Narvaes e o representante da empresa Ouro Energética S/A, para tratarem da entrega das mudas para o reflorestamento da Ilha Brasileira, na foz do Rio Quaraí, confluência com o Rio Uruguai..."

     

    Assim iniciava a ata de entrega de 10 mil mudas. Para proceder o plantio, a ONG mobilizou toda a comunidade trinacional. Atenderam ao chamado ONGs dos três países, o Exército Brasileiro, a Polícia Federal, a Polícia Civil, a universidade UNIPAMPA, a PUCRS, a UNOPAR, CORSAN e escolas municipais.



    A partir de junho de 2010, diversos setores sociais e governamentais auxiliaram as ONGs integrantes do Movimento Transfronteiriço a realizar o plantio de 10 mil mudas de árvores nativas na ilha.

     


    Todas as pessoas ficaram sensibilizadas com a campanha S.O.S Ilha Brasileira. Voluntários de diversas cidades da região ofereciam seu tempo e trabalho para auxiliarem no reflorestamento.

     



    Exército Brasileiro, Polícia Federal e Polícia Civil uniram-se às ONGs para prestar apoio em barcos, viaturas e logística. Ao longo de vários meses os rios Uruguai e Quaraí foram percorridos por embarcações que levavam alunos e acadêmicos para fazerem o plantio.

     

     

    Da segunda metado do ano 2010 e ao longo de 2011, grupos de estudantes voluntários ser revezavam na tarefa de realizar o plantio.

     

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    Na ilha era montado um acampamento com estrutura para servir, desde o café da manhã, até um saboroso almoço a todos os voluntários participantes da operação ambiental.

     








    Reflorestamento: Plante uma vida na Ilha Brasileira




    Em 14 de fevereiro de 2010, a ONG Atelier Saladero iniciou a Operação Ambiental "S.O.S Ilha Brasileira" organizada para replantar com mudas de árvores nativas toda a área atingida pelo incêndio do dia 7 de agosto de 2009.
    Ainda em fevereiro foi realizada uma reunião do Movimento Transfronteiriço de ONGs, em Bella Unión (Uruguai) onde biólogos dos três países apresentaram a lista das espécies nativas a serem plantadas.



    Brasileiros, uruguaios e argentinos unem esforços para reflorestar a Ilha Brasileira - Na foto acima, ativista da organização uruguaia GRUPAMA, de Bella Unión, participa, em junho de 2010, do plantio de mudas de árvores nativas na Ilha Brasileira. Também estiveram presentes membros de entidades argentinas de Monte Caseros.



    Exército Nacional colabora com pessoal, barcos e viaturas a operação ambiental S.O.S Ilha Brasileira, realizada por ONGs da Tríplice Fronteira com o objetivo de preservar o ecossisstema da Ilha Brasileira.



    Em encontro realizado na cidade uruguaia de Bella Unión, biólogos dos três paises entraram em acordo sobre as espécies de árvores nativas que seriam replantadas na Ilha Brasileira. Com base nessa lista, o Governo do Rio Grande do Sul fez a doação de 10 mil mudas de árvores nativas das seguintes espécies:

    Luehea divaricata
    Açoita Cavalo
    Parapiptadenia rigida
    Angico Vermelho
    Sebastiana commersniana
    Branquilho
    Myrciaria tenella
    Cambui
    Peltophorum dubim
    (Canafístula)
    Casearia sylvestris
    (Chá de Bugre)
    Allophilus edulis
    (Chal-Chal)
    Myrcianthes pungens
    (Guabiju)
    Patogonula americana
    (Guajuvira)
    Inga uruguguensis
    (Ingá Banana)
    Eugenia uniflora
    (Pitanga)



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